“A
influência da obra que estamos fazendo será sentida por toda a eternidade. Se
trabalharmos em harmonia uns com os outros e com o Céu, Deus demonstrará o Seu
poder em nosso favor, como fez pelos discípulos no dia do Pentecoste... Hoje
Deus deseja realizar grandes coisas por meio da fé e obras de Seu povo crente. Mas
precisamos estar em correta relação com Ele, para que quando Ele nos falar,
possamos ouvir e entender Sua voz.” (WHITE, 2003, p. 335).
Indubitavelmente
o discipulado é a obra que será sentida por toda a eternidade. Mas, será que
estamos realizando esta obra conforme deixada pelo seu Salvador? Não posso
afirmar que sim ou que não, mas talvez precisamos de uma avalição sincera com
vista na missão deixada pelo Mestre.
“Temos apenas pouco tempo ainda, para nos
preparar para a eternidade. Devemos agir em harmonia com a grande comissão dada
a todo discípulo de Cristo, isto é, levar a todo o mundo a luz da verdade”
(WHITE, 2003a, p. 317).
O plano dEle era de alcançar o mundo com as
verdade do reino da salvação. Como Jesus poderia impactar o mundo com essas
verdades em tão pouco tempo? Como poderia implantar o crescimento exponencial –
muitas pessoas alcançadas em pouco tempo? Ele escolheu uma maneira e colocou
todos os seus esforços nesta uma maneira que deveria levar à expansão
exponencial de seu reino aqui na terra: Ele escolheu fazer discípulos. (WOLTER,
2011).
O
plano de Jesus na terra foi salvar uma raça decaída e levantar um povo que
pudesse louvá-lo para sempre. Jesus veio como servo. Cuidou de doentes, curou
os abatidos pela dor, pregou o evangelho, ensinou e muito mais. Jesus
concentrou sua atenção principalmente em: Fazer discípulos. Ou seja, pessoas
que aprendessem d’Ele e com Ele, e então, seguissem seus passos. (PHILLIPS, 2010).
O plano
de Jesus era tão extraordinário que Ele declarou em Mateus :
“...Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.
Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a obedecer a todas as coisas que
Eu vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos.” Mat. 28: 18-20.
É
importante prestarmos atenção, pois a comissão de Cristo não é um chamado para
novos projetos, mas o desenvolver do próprio método de Jesus. Ele sabia que os
verdadeiros discípulos cresceriam a semelhança de seu Mestre e através do
Espírito Santo multiplicariam a vida dEle em outras pessoas. Sendo assim, todos são chamados a fazer
discípulos! Seu chamamento não é um dom, é uma ORDEM. Os que crêem em Cristo
não tem outra opção a não ser obedecer a sua ordem. (PHILLIPS, 2010).
A
prática do discipulado que Jesus viveu quando aqui esteve, envolve alguns
aspectos e precisamos dá atenção para podermos alcançar o êxito que sua obra
requer. Um destes aspectos são as necessidades humanas.
As
pessoas têm as suas lutas e anseios, são muitas as suas necessidades e Jesus é
a resposta para essas necessidades, tanto físicas como espirituais de todos os
homens. Mas como poderemos tornar a verdade do evangelho aplicável a nossa
sociedade? Por vezes usamos várias estratégias a fim de comunicar essas
verdades aos homens, mas raramente nossos métodos dão tão certos:
1. Pregações
em massas
2. Grandes
conferências
3. Cruzadas
evangelísticas
4. Muitos
estudos bíblicos nos lares
5. Gincanas,
concursos...etc.
Esses
métodos, podem até ser usados, mas devemos nos lembrar sempre da ordem que recebemos de
nosso Mestre: Portanto, vão, e façam discípulos
de todas as nações... Mateus 28. 18-20. A Comissão de Cristo para sua Igreja
não é fazer convertidos, mas sim, fazer discípulos. (PHILLIPS, 2010). Por isso é importante atentarmos para
as necessidades das pessoas, pois o discipular conforme Jesus ensinou alcança
em cheio o que cada individuo precisa.
A obra de Deus é realmente fazer discípulos,
é claro que acima de tudo temos que nos tornar verdadeiros discípulos que vivam
em contínua relação com o Grande Mestre, para que suas vidas sejam de fato uma
grande pregação do evangelho e assim possam ministrar as necessidades das
pessoas como fez infalível Senhor e Mestre. Não há necessidade de tentarmos de
outra forma, pois já foi dado o método, é seguirmos e o êxito é certo. “A
divina comissão não necessita reforma. Nada há que melhorar na presente verdade
segundo o método de Cristo. O Salvador deu aos discípulos lições práticas,
ensinando-lhes como trabalhar de maneira que as almas se sentissem jubilosas na
verdade.” (WHITE, 2007c, p.56).
Burril
afirma que a Igreja Adventista precisa voltar à visão da primeira igreja. “A
necessidade da igreja é reconquistar a noção de missão que impulsionou a igreja
primitiva a fazer discípulos – a missão centralizada no cumprimento da grande
comissão.” (BURRIL, 2006, p. 47). “... Ide e fazei discípulos...” Seguir uma
direção oposta à delineada pelo Senhor é perigoso e não satisfaz os desígnios
divinos. “A própria vida da igreja depende de sua fidelidade em cumprir a comissão
do Senhor. Certo, negligenciar essa obra é convidar a fraqueza e a decadência
espirituais.” (WHITE, 1978, p.
625).
“O foco da igreja primitiva estava em fazer
discípulos, de modo que as pessoas discipuladas se tornassem independentes e
levassem o evangelho a outros. Esse era o foco que impulsionava a estratégia de
Paulo de implantar igrejas e de crescimento em todo Novo Testamento.” (BURRIL,
2006, p. 55).
Está alcançando expansão territorial e um
crescimento estatístico, não é necessariamente o cumprimento da missão. Pois as
pessoas não devem só ouvir sobre um Deus, elas precisam ver pessoas que vivam
com esse Deus, ou seja, o maior poder da pregação está numa vida
verdadeiramente transformada e que dela emane luz vinda do céu. Os verdadeiros
discipuladores vivem na presença de Deus, comungam com ele, aprendem dele e
saem a irradiar a graça salvadora através do discipulado.
“O
Discipulado Cristão é um relacionamento do Mestre e aluno, baseado no modelo de
Cristo e seus discípulos, no qual o Mestre reproduz muito bem no aluno a
plenitude da vida que tem em Cristo, que o aluno é capaz de treinar outros para
ensinarem a outros.” (PHILLIPS, 2010). “Os discípulos oraram com intenso fervor para serem
habilitados a se aproximar dos homens, e em seu trato diário, falar palavras
que levassem os pecadores a Cristo.” (WHITE, 2003, p. 37).
Desta forma pode-se concluir afirmando que
antes de tudo temos que nos tornar discípulos e precisamos nos entregar
totalmente a Deus como o Senhor de nossas vidas. Precisamos está diante de sua
presença, todos os dias e quando essa conexão se tornar uma prática habitual,
poderemos fazer novos discípulos e realizar a obra que recebemos do nosso
Senhor e Salvador, sem adaptações. “Na igreja cristã primitiva houve homens que
foram verdadeiros discípulos de Cristo. Muitas vezes, eles se reuniam, e
habitualmente oravam. Trabalhavam somente para promover aqueles princípios que
traziam a aprovação do Céu.” (WHITE, 1993, p. 152).
Tudo
isso vai exigir muito esforço, dedicação e disciplina da vontade. O desafio é
que você seja a pessoa de Deus, que descanse em sua soberania e deixe que Ele
opere livremente através de você nesta parte mais empolgante de edificação do
seu Reino.
Bem disse
Kurt Johnson, quanto ao sacrifício que devemos fazer para tornar esta obra de discipulado
real em nós: “Você precisa saber com antecedência que esta pode ser uma jornada
muito custosa. Seguir a Jesus é morrer. Segui-Lo pode significar a morte de
nossas próprias agendas, programas, tradições e sonhos bem intencionados. Se
estamos desejosos de sermos moldados por Ele, Ele dará vida aos nossos ossos
secos.” (JOHNSON, 2000, p. 14).
Para reflexão deixo algumas perguntas:
Porque
não vivemos esse discipulado como viveu a igreja apostólica?
Porque não estamos dispostos a matar
nossas ideias, tradições e programas?
Estamos promovendo o reino de Deus do
nosso jeito?
Estamos
no caminho certo?
Pr. Geovan Mendes