Em algum momento da história o cristianismo se despediu deste cerne metodológico tão essencial e em poucas oportunidades se reconectou com ele. Cada vez, no entanto, que a algum movimento cristão se dedicou a fazer discípulos, sendo assim obediente ao mandado do Mestre, o Reino de Deus foi expandido. Como pudemos em algum momento conceber a ideia de um cristianismo sem discipulado? Como pudemos nos afastar da clara ordem de Jesus? Como o cristianismo parou de seguir Aquele que professam instituindo uma religião que se dedica a Deus de uma maneira que Ele nunca pediu?
Religião ritualista, supersticiosa, que enfatiza os típicos medos humanos levando as pessoas a uma dependência mórbida da igreja, é sempre religião pagã. Toda vez que a igreja cristã se apega aos modelos medievais de ser igreja, ela repete o padrão medieval sincretista pagão que era praticado então.
O afastamento em massa do cristianismo da prática do discipulado iniciou com Constantino, imperador romano. Ele tirou o cristianismo do esconderijo e da ilegalidade para fazer dele a religião oficial do império Romano. Entre as diversas barbáries sincretistas instituídas por Constantino, uma delas foi organizar o cristianismo num formato pagão. Culto, organização, sacerdócio, estrutura doutrinária, finanças, direito, tudo recebeu um toque do império romano pagão.
Os séculos se passaram e aqueles elementos pagãos incorporados ao cristianismo foram confirmados e desenvolvidos teologicamente por meio da igreja medieval a partir de Justiniano. Por amor ao poder e dinheiro a igreja tornou-se um império muito menos comprometido com os ensinamentos bíblicos do que com a manutenção de uma máquina de poder secular. Tudo o que fazia e ensinava, a maneira como se estruturava tinha como objetivo principal fortalecer e desenvolver este poderio secular.
Neste período o processo libertador: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!” foi interrompido. Este processo que leva as pessoas a Deus por meio da revelação verdadeira que Ele mesmo faz de Si, tornando o discípulo cada vez mais semelhante ao seu Mestre foi substituído pelo ensino de superstições que ao contrário de produzirem libertação, geravam dependência mórbida do sistema igreja.
Movimentos de reforma e de protesto pelos excessos surgiram com heroísmo e bravura. Alguns dos líderes destes movimentos foram mortos e outros perseguidos, alguns por assuntos fundamentais como, por exemplo, Martin Luther com a justificação pela fé e o princípio “sola scriptura” outros por assuntos mais periféricos. Todos eles tinham uma obra a fazer que na verdade nenhum deles conseguiu levar a cabo completamente: precisavam romper dramática e completamente com o modelo de ser igreja sem discipulado da idade média. Tentativas e experiências foram feitas para tornar uma igreja mais eficaz para a expansão do reino de Deus, mas nunca se tornaram o “modus vivendi” da igreja como um todo.
A maioria das igrejas protestantes, hoje chamadas de evangélicas, não conseguiu romper com o modelo medieval. Em maior ou menor grau, todas as igrejas estruturaram as suas atividades e formato de culto não como um movimento leigo que tem o foco no desenvolvimento do crente até “a medida da estatura de Cristo” (cf. Ef. 4:10-16). Parece que o “protesto” contra a estrutura medieval nunca se levantou a tal ponto de voltarmos às raízes dos ensinos de Cristo. Não há contradição maior do que cristianismo sem discipulado. Seria a mesma coisa que dizer cair para cima ou que a água não é molhada. Estamos no momento, no último momento da história para fazermos a diferença que Jesus está esperando para que possa voltar.
Por Dr. Berndt Wolter
http://www.discipulado.numci.org2/
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Jesus não tinha plano B
Como Jesus poderia impactar o mundo em tão pouco tempo? Como poderia implantar o crescimento exponencial – muitas pessoas alcançadas em pouco tempo? Ele escolheu uma maneira e colocou todos os seus esforços nesta uma maneira que deveria levar à expansão exponencial de seu reino aqui na terra: Ele escolheu fazer discípulos. Doze improváveis homens o acompanharam durante três anos e meio, sendo educados, inspirados e treinados pelo Mestre dos mestres. Que risco Ele correu! E se este bando de incultos homens, infantes na fé não tivessem feito o trabalho? O plano de salvação estaria fadado a ser esquecido depois da Cruz… Por que Jesus não investiu em outros métodos por segurança? Plano “A” e plano “B”? Por que se arriscou desta maneira? Não havia plano “B”. O único plano de multiplicação Jesus deixou bem claro: “indo, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado…” (cf. Mt. 28:18-20). Os discípulos não deveriam se dispersar em muitos outros métodos e abordagens de expansão do Reino, mas deveriam se concentrar naquilo que o Mestre escolheu como sendo o melhor e único plano. Ele garantiu que todo o poder era dEle e que Ele estaria conosco até a consumação dos séculos. Que tal? Nossa parte seria apenas nos dedicarmos a fazer discípulos e Ele garante que estará lá a cada momento!
por Dr. Berndt Wolter
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
FELIZ 2011!
Olá amigos, quero desejar a todos vocês um feliz 2011. Que neste novo ano possamos fazer muitos novos discípulos para o reino de Deus. É claro, lembrando que somente discípulo faz discípulos!
Gostaria de continuar trazendo mensagens novas sobre discipulado e para abrir este ano vou publicar uma mensagem muito significativa para refletirmos na nossa missão. Mensagem extraída do site http://discipulado.numci.org/. Recomendo que acessem pois é excente. Muitas vou publicar aqui, por serem de grande valia para todos os discípulos de Jesus. Um abração a todos e fiquem na bênção de Deus!
A ORDEM DE JESUS
Este assunto só pode ser tratado de maneira adequada se ancorada na compreensão de Deus. Não temos outra fonte melhor de revelação confiável do que a Bíblia. Construiremos o prédio de nossas idéias sobre o alicerce seguro desta revelação sobre natural.
Um trabalho detalhado no embasamento bíblico foi feito por Rafael Luiz Monteiro em 2004. [i] Usaremos basicamente as compreensões ali trabalhadas. Aqui analisaremos apenas a enunciação da grande comissão como apresentada em Mateus 28:18-20, pensamentos estes imprescindíveis para a compreensão do raciocínio aqui desenvolvido.
A ordem de nosso Senhor Jesus é contundente: “indo, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado…” (cf. Mt. 28:18-20).
O verbo traduzido por ‘ide’ em nossas versões em português, no original grego é poreutentes e ele está no particípio, aoristo, passivo depoente, nominativo.[ii]
É a mesma forma que estão os verbos ‘batizando’ e ‘ensinando’. O único verbo que está no imperativo, aoristo, ativo é ‘fazei discípulos’ – mateteusate.[iii] Em outras palavras a única ordem do mandado evangélico de Jesus é “fazei discípulos.”
Na verdade todos os verbos desta ordem nas versões da Bíblia em português deveriam estar no gerúndio a não ser o “fazei discípulos.” No original grego, apenas um verbo está no imperativo. Uma tradução mais acurada do texto seria: “indo, ensinando, batizando, fazei discípulos!”
A idéia aqui é ao ir ensinando, batizando, indo pela vida com as pessoas, o cristão é chamado a fazer outros discípulos. Há uma ordem: um cristão discípulo de Jesus deve fazer outro discípulo para Jesus. Não há verdadeiro discípulo em pleno conhecimento da verdade que não faça outro discípulo, pois caso assim fosse, não seria obediente à última.
Aqueles que estão mais avançados no conhecimento do Senhor devem ajudar aqueles que estão mais novos na fé a encontrarem plena realização, sentido de vida em Jesus Cristo e gosto pelo serviço a Deus e ao próximo. Não há obra que seja mais importante do que esta para a igreja. Nada que a igreja faça deve perder de vista o foco de fazer discípulos.
Publicado por Pr. Dr. Berndt Wolter
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[i] Monteiro, Rafael Luiz. Discipulado: Caminho de renovação e Crescimento para a Igreja. Engenheiro Coelho, SP: UNASPRESS, 2004, p.11-127.
[ii] Friberg, Barbara e Friberg, Timothy. Novo Testamento Grego Analítico. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1987, p.105.
[iii]Rienecker, Fritz e Rogers, Cleon. Chave Lingüistica do Novo Testamento Grego. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1985, p.65
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